sexta-feira, 27 de março de 2009

O Grande Perigo Da Crise

'Aqueles que abdicam de direitos de liberdade em troca de um pouco mais de segurança temporária, não merecem nem liberdade nem segurança.' - Benjamin Franklin.

O verdadeiro perigo da actual crise económica, é o aumento do peso, da intervenção e dos poderes do estado!


Ao longo da história, vários grupos e governantes se têm aproveitado de situações de crise, de medo, de incerteza e de pobreza para aumentarem os seus poderes, traindo a esperança depositada neles pelos cidadãos. Só assim se explicam alguns acontecimentos verdadeiramente irracionais, tais como:
  • Confiscação do ouro privado por Franklin Roosevelt nos Estados Unidos em 1933 durante a Grande Depressão
  • Eleição de Adolf Hitler para chefe de estado na Alemanhã em 1933 também durante a Grande Depressão
  • A passagem nos Estados Unidos do 'Patriot Act' que representa a maior violação de direitos civis e liberdade individual da história, permitindo ao estado vasculhar livremente emails, conversas telefónicas, contas bancárias, etc. assim como prender qualquer pessoa em qualquer parte do mundo por tempo indeterminado sem lhe ser comunicada o motivo de prisão e sem direito a julgamento, após os ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001
  • A Invasão do Iraque em Março de 2003 por parte dos Estados Unidos, com base em dados falsos sobre Armas de Destruição Maciça, e ainda sob o espectro dos ataques de 11 de Setembro de 2001
Com a crise económica e financeira actual, têm se verificado um aumento muito grande do estado, como por exemplo:
  • Salvamento ou nacionalização de bancos e empresas (sobretudo no sector automóvel)
  • Criação de estímulos e medidas proteccionistas
  • Aumento dos investimentos e das obras públicas - que em tempos de crescimento económico já eram difíceis de financiar, em tempos de crise parece que há dinheiro para tudo
  • Aumento dos subsídios e apoios sociais - medida muito popular, mas que cria dependência aos beneficiários e que é paga pelos cidadãos contribuintes
  • Aumento dos poderes de supervisão, e pasme-se, da regulação! Como se não houvesse já supervisão e regulação demais, e como se mais regulação fosse resolver o problema.
Reagir de forma imediata e abrupta, seguindo o sentimento popular, endereçando os sintomas mas sem se esforçar em compreender verdeiramente as raízes do problema é muito má governação. Alguns maus exemplo disso são os Estados Unidos, com a passagem do acto Sabarnes-Oxley após os escândalos da Enron, ou do imposto muito recente de 90% sobre os bónus recebidos pelos administradores da AIG.

O melhor que os governos têm a fazer em situação de crise é deixar a mão invisível do mercado livre actuar e corrigir os desiquilíbrios existentes. Só assim, a economia e os cidadãos ficam livres para retomarem a properidade e o crescimento económicos. Com a liberdade individual, vem a responsabilidade individual. E nem num caso nem no outro, o governo se deve substituir e impôr ao cidadão.

A propósito deste post, recomendo o 'Road to Serfdom In Cartoons' baseado no livro 'Road To Serfdom' de Friederich Hayek, seguidor da Escola Austríaca, e co-vencedor do prémio Nobel da Economia em 1974.

quinta-feira, 26 de março de 2009

'Peak Oil' - O Maior Desafio De Sempre Da Humanidade

O 'Peak Oil' é o maior desafio de sempre da Humanidade. É também o tópico mais sério, menos falado e menos debatido na comunicação social e pelos governos do mundo inteiro.

O que é o 'Peak Oil'?

O 'Peak Oil' é um evento (que só será visível em retrospectiva) a partir do qual o a produção de petróleo a nível mundial irá começar a declinar. Isto não é uma teoria, é um facto assente nas leis da física e da matemática. As únicas questões em aberto são: 1) quando ocorrerá e 2) quão severo será o seu impacto na humanidade.

As perspectivas mais optimistas apontam para a ocorrência do 'Peak Oil' em 2025 enquanto que as mais pessimistas apontam parra 2007 (isto é, já ocorreu)[1].

O 'Peak Oil' irá ser agravado pelo facto de a procura continuar a aumentar enquanto a produção entra em declínio, o que fará disparar os preços do petróleo para valores na ordem das centenas de dólares. Ao mesmo tempo, o petróleo será cada vez mais difícil (entenda-se mais caro) de extrair e será cada vez de menor qualidade.

Porque é que é grave?

O crescimento da população e desenvolvimento económico do século XX só foi possível graças a uma fonte energética barata e abundante. 1 barril de petróleo equivale ao trabalho produzido por um ser humano durante 23.200 horas [2], ou seja 2.900 dias de trabalho com 8 horas por dia! A humanidade depende do petróleo em todo o seu estilo de vida, desde transportes, iluminação, agricultura, indústria, alimentação e medicamentos. Simplesmente, não é possível sustentar o mundo civilizado como o conhecemos assim como a população global sem uma fonte abundante e barata de energia.

O mundo consumia em 1980 cerca de 63 milhões de barris de petróleo por dia e em 2007 cerca de 85 milhões, um aumento de cerca de 35 % ao longo de 27 anos [3][4]. Desses 85 milhões de barris de petróleo, 20 milhões são consumidos pelos Estados Unidos e 14 milhões são consumidos pela União Europeia [3].

O 'Hirsch Report'

O Departamento de Americano de Energia encomendou em 2005 um estudo a Robert Hirsch. As conclusões do relatório foram as seguintes [1]:
  • O 'Peak Oil' vai acontecer, e é provável que seja abrupto
  • O 'Peak Oil' vai afectar adversamente as economias globais particularmente aquelas mais dependentes do petróleo
  • O 'Peak Oil' constitui um desafio único ("será abrupto e revolucionário")
  • O problema são os combustíveis líquidos (crescimento da procura principalmente no sector dos transportes)
  • Os esforços para endereçar o 'Peak Oil' requerem uma quantidade de tempo substancial: 1) são necessários 20 anos para se fazer uma transição sem impactos substânciais; 2) uma transição apressada de 10 anos com impactos moderados é possível com esforços extraórdinários por parte dos governos, indústrias e consumidores; 3) uma endereçamento tardio do 'Peak Oil' pode resultar em consequências muito graves.
  • Tanto a procura como oferta requerem atenção
  • Trata-se de uma questão de gestão de risco (acções de mitigação tem que ocorrer antes do pico)
  • Intervenção governamental será necessária
  • Perturbações económicas não são inevitáveis, se endereçado com a antecedência necessária, os problemas são passíveis de resolução com tecnologia existente
  • Mais informação é necessária para determinar com precisão a ocorrência temporal do pico
Mas Não Há Alternativas?

Para ser bem claro - o petróleo tem qualidades técnicas e económicas únicas. Neste momento não existe nenhuma alternativa tecnicamente e economicamente viável para substituir o petróleo:
  • O carvão é altamente poluente, e também finito. Ainda que digam que existe carvão para 200 anos, cada vez será mais caro extraí-lo e será cada vez de menor qualidade. Além disso pode ser insustentável para o ambiente uma vez que contribui gravemente para o aquecimento central.
  • O hidrogénio não é uma fonte de energia, é apenas um contentor, e precisa de energia para ser produzido (a partir da electrólise da àgua por exemplo). Além disso, as 'fuel cells' requerem platina, que é um metal precioso e escasso.
  • Os biocombustíveis demoram muito tempo e requerem muito dinheiro para serem cultivados e processados, e competem directamente com a produção de comida num planeta que tem que sustentar mais de 6 mil milhões de pessoas.
  • Energia núclear - apenas possível se for possível re-utilizar o Urânio uma vez que o Urânio é um elemento raro e também sujeito ao efeito de pico 'Uranium Peak'. Aparentemente os reactores nucleares de quarta geração consomem menos Urânio e podem reaproveitar o Urânio processado.
As únicas alternativas de facto, uma vez que são verdadeiramente renováveis e com a vantagem de serem pouco poluentes são a energia hídrica, solar e eólica. No entanto estas três fontes não armazenam energia directamente (como os combustíveis líquidos). Poderão no entanto ser usadas para carregar baterias ou até gerar hidrogénio. A energia solar e eólica são ainda bastante caras. No caso da energia solar, a eficiência das células foto-voltáicas produzidas em massa hoje em dia ronda apenas os 20%.

O Que Deve Ser Feito

De forma muito imediata:
  • O problema e desafio do 'Peak Oil' deve ser levantado, comunicado e debatido abertamente pela comunicação social, pelos governos e pela comunidade científica.
  • Deve-se aumentar a eficiência energética de maneira global (transportes, rede electrica, indústria).
  • Deve-se investir em grande escala na investigação de energias alternativas renováveis, designadamente solar e eólica, e ao mesmo tempo em tecnologias de armazenamento de energia (baterias)
O 'Peak Oil' e de longe o maior desafio de sempre para a humanidade. Cabe nos a nós estar à altura, planeando e preparando a resposta com a máxima antecedência possível.

Para mais informações, sugiro os seguintes links:
Referências:
[1] Hirsch Report (Wikipedia)
[2] Life After The Oil Crash
[3] CIA - World FactBook Oil Consumption
[4] World Petroleum Consumption 1980-2006, Energy Information Administration

quarta-feira, 25 de março de 2009

A Constituição Portuguesa

Recentemente li a Constituição da República Portuguesa (Lei Constitucional nº1/2005)[1].

Recomendo a todos os cidadãos portugueses a sua leitura. São 46 páginas e 296 artigos. Contrasta bem com a constituição dos Estados Unidos original que consistia em 4 páginas, 7 artigos e 21 secções [2][3].

Confesso que fiquei orgulhoso ao constatar que a constituição protege a vida, a liberdade individual e a igualdadade direitos. No entanto, ao mesmo tempo a constituição confere explicitamente deveres e poderes ao estado para interferirem na vida económica e social dos seus cidadãos, o que entra em conflito e é uma clara violação da liberdade.

É impossível que um governo - qualquer que ele seja - saiba o que é melhor para todos os seus cidadãos. É impossível que um governo consiga alocal recursos de uma forma mais eficiente e mais produtiva do que o mercado-livre (a tal mão invisível do Adam Smith [4]).

O estado hoje em dia está tão omnipresente em toda a nossa vida, que essencialmente dita coisas tão variadas como que automóveis devemos ou não comprar, onde devemos ou não devemos investir as nossas poupanças, que empresas é que devem ser criadas e estimuladas e quais é que devem ser abandonadas, que produtos agrícolas devem ser cultivados e quais devem ser descontinuados, e até qual a quantidade máxima do sal no pão!

O tamanho e complexidade do estado também é assustadora: Presidência da República, Conselho ed Estado, Assembleia da República, Provedor de Justiça, Governo com os seus Ministérios, Tribunais (Supremo, Administrativo, Constitucional, De Contas, Judicial), Banco de Portugal, Procuradoria-Geral da República, Conselho Superior de Magistratura... ...estes orgãos juntamente com as empresas públicas ocupa 900.000 pessoas em Portugal (cerca de 17% da população activa[5]) e gastam cerca de 50% do PIB nacional [6]!

É também moralmente injusto que o Estado retire algo a um cidadão para dar a outro. Esta chamada 'redistribuição de riqueza' apenas serve para aumentar a dependência do Estado por parte de quem é favorecido e para desencorajar a criação de riqueza por parte de quem contribuí para para o progresso e desenvolvimento económico do país.

Referências:
[1] Constituição da República Portuguesa, Diário da República de 12 de Agosto de 2005
[2] Constitution of the United States
[3] Constitution of the United States (Wikipedia)
[4] The Wealth of the Nations (Wikipedia)
[5] Estado Emprega 900.000 pessoas
[6] Despesa Pública Perto de 50% do PIB

segunda-feira, 23 de março de 2009

Mitos E Verdades Sobre a Inflacção

“Através de um processo de inflacção contínua, o governo pode confiscar de uma maneira secreta e sem ser observado, uma parte importante da riqueza dos seus cidadãos.”

Quem disse essa frase, foi nem mais nem menos do que John Maynard Keynes, esse famoso economista, defensor de um governo intervencionista e que hoje é adoptado de maneira religiosa por quase todos os governos.

A inflação é sentida pelos cidadãos como uma perda do valor do dinheiro, que se traduz num menor poder de compra. Existem vários mitos sobre a inflacção, nomeadamente:
  • A inflacção resulta do crescimento económico
  • Um valor pequeno de inflacção é saudável!
  • A deflação é má (como se o ganho de poder de compra correspondente alguma vez pudesse ser mau!)
A inflacção tem vários aspectos muito negativos:
  • retira valor a todos os rendimentos e activos denominados em moeda, tais como salários, pensões, rendas e contas bancárias. 1000 euros com uma inflacção anual de 3% valem apenas 744 euros ao fim de 10 anos!
  • desencoraja a poupança e estimula o investimento especulativo em vários tipos de activos de risco de maneira para preservar o valor dos bens adquiridos (por exemplo: investimentos em imobiliário e bolsa).
  • distorce o cálculo da rentabilidade dos investimentos, que passam a ter que contar com um efeito de inflacção variável.

Os governos têm muito a ganhar com um valor de ‘inflacção real’ alto:
  • Os governos emitem moeda para financiar os seus programas e os seus défices (mais tarde veremos que é o aumento da moeda em circulação que causa a inflacção). A propósito – de onde vêm os anunciados 5 mil milhões de euros da união europeia [1]?
  • Como os governos são geralmente deficitários, quanto maior a inflacção, menor o valor real da dívida (1000 euros de dívida contraída há 10 anos valem bem menos do que 1000 euros hoje).
Ao mesmo tempo, os governos têm todo o interesse em que o valor da ‘inflacção oficial’ seja o mais baixo possível, porque:
  • O estado têm compromissos que são afectados pelo valor da inflacção, designadamente pensões e salários.
  • Valores baixos de inflacção são politicamente desejáveis.
  • O valor do PIB (Produto Interno Bruto) real é corrigido pela inflacção, pelo que quanto menor for a inflacção, maior será o PIB real. Um PIB alto, é também politicamente desejável.

O exemplo de maior distorção no cálculo e comunicação oficial da inflacção e do PIB vem dos Estados Unidos. A distorção tem vindo a crescer tanto nas sucessivas administrações que os únicos valores aproximadamente reais só podem ser encontradas através de uma organização não governamental, a Shadow Stats.

Para se ter uma ideia dos efeitos devastadores da inflacção, uma onça de ouro que foi definido como valendo 35 dólares no acordo de Bretton Woods em 1944, vale hoje mais de 900 dólares! Isto é que é desvalorização da moeda!!!

A definição da escola austríaca da inflacção é o aumento da moeda circulação. O dinheiro é ele próprio um bem sujeito à lei da oferta e da procura cujo preço é a taxa de juro. Logo, havendo mais dinheiro em circulação o seu valor será menor. Se o governo duplicasse o total de moeda em circulação, os preços iriam tender para o dobro!

Que outra razão existe para os preços aumentarem? Numa economia saudável, a produtividade tende a aumentar e logo os preços seriam reduzidos, que é o que se verifica por exemplo com os computadores e telemóveis. Ainda que o preço de um bem invidualmente aumentasse, como o rendimento disponível seria constante, a sua procura seria reduzida e em termos agregados não se verificaria um aumento dos preços, logo não haveria inflacção.

Existe ainda um outro problema com o aumento da masssa monetária. É que este aumento não se faz de forma homogénea por todos os agentes económicos. Quem tende a beneficiar da inflacção são os agentes onde o dinheiro chega primeiro, geralmente os bancos e as grandes empresas. Quem sofre mais com a inflacção são as classes médias e baixas, que sentem os efeitos da inflação primeiro sem um aumento dos seus rendimentos.

Acerca da inflacção, recomendo também o capítulo 'Inflation' do Crash Course de Chris Martenson.

[1] Sócrates considera justa a repartição dos 5 mil milhões entre os 27 (Jornal OJE, 20/Março/2009)

domingo, 22 de março de 2009

Violações Da Liberdade Individual

Todos os partidos políticos em Portugal partilham a mesma ideia nuclear de que o Estado deve ter um grande peso e uma grande intervenção na sociedade. O que nunca é discutido e debatido, inclusivé na comunicaçao social, é qual é que deve ser a missão do Estado e consequentemente quais deverão ser as suas competências.

Em todos os países dito desenvolvidos, o Estado é constituído por multiplos ministérios, organizações, institutos, instituições, empresas, etc. pagos pelos cidadãos contribuintes. Os orçamentos e a dimensões do governo tendem a aumentar ao longo do tempo, desdobrando-se todo o género de programas, incentivos, subsídios, investimentos públicos, legislação e fiscalização.

A questão que coloco é, quem foram os cidadãos que mandataram o estado para intervir em todos os sectores civis, sociais e económicos da nação? Qual deve ser a missão do Estado? Quais devem ser as suas competências?

Eu acredito firmemente num estado pequeno e compentente, assente na defesa da propriedade individual e na defesa da liberdade individual.

Vou tratar de apresentar três exemplos, que me parecem ilustrar bem o abuso de poder do estado sobre a liberdade individual dos cidadãos e das empresas.

1. Contribuição àudio-visual
O Estado por decreto lei, financia a RTP e a RDP através de uma contribuição àudio-visual a todos os consumidores residenciais com um consumo anual superior a 400 kWh [1]. Porque razão há de o cidadão a ser obrigado a pagar esta taxa, mesmo que nunca veja televisão ou nunca oiça rádio? Porque razão ha de o Estado de manter canais de televisão e de rádio públicos? Porque acha o Estado que consegue fazer um trabalho melhor do que a iniciativa privada?

2. Limite De Teor De Sal No Pão
O governo aprovou recentemente um diploma que limita o teor do sal no pão que passa a ser de 1,5 gramas por 100 gramas de pão [2]. Ainda que seja mais saudável, esta matéria faz parte das competências do estado? Porque não fixar por lei a receita do pão a nível nacional? Porque não proibir a venda de batatas fritas ou hamburgueres? Porque não proibir a venda de tabaco? A receita do pão - incluindo o teor de sal - deve resultar da liberdade dos produtores e dos consumidores. Mais uma vez, o Estado acha que sabe melhor o que é melhor para todos.

3. Call Centers Com Máximo de Um Minuto De Espera
O governo decidiu em conselho de ministros limitar a duração máxima de espera dos call centers em 60 segundos [3]. Isto é aparentemente bom para o consumidor, mas será da competência do estado legislar sobre esta matéria? Quais são os custos adicioanis dos call centers para implementar esta medida, sobretudo para picos de chamadas? Quem paga os custos adicionais - a empresa, os trabalhadores da emprea, o consumidor? Os custos adicionais justificam os benefícios? Num mercado livre, as empresas tratam de fazer as necessárias análises custo/benefício e de realizarem os investimentos adequados. As empresas e os clientes têm a liberdade de definir e escolher que nível de serviço é oferecido. Trata-se de uma clara violação da liberdade das empresas e dos consumidores (que provavelmente terão que pagar mais por isso).

Aconselho também a leitura do artigo 'O Melhor Governo É Aquele Que Menos Governa'.

Em jeito de conclusão, é preciso discutir, debater e acordar a nível nacional na missão do Estado e nas suas competências. O orçamento, estrutura e tamanho do Estado deve ser definido de acordo com a sua missão e as suas funções. O Estado deve ser proibido por lei em exceder o seu orçamento e também em violar a Liberdade Individual dos seus cidadãos, quaisquer que sejam as circunstâncias.

Referências:
[1] Modelo de financiamento do serviço público de radiodifusão e de televisão
[2] Limite De Teor De Sal No Pão (Correio da Manhã, 13/Março/2009)
[3] Call Centers com horário limitado e máximo de um minuto espera (Diário Digital, 11/Março/2009)

quinta-feira, 19 de março de 2009

Como O Governo Dos EUA Causou A Crise E Como A Está A Tornar Pior

Quando os governos se querem sobrepor às forças do mercado livre acabam por causar todo o género de distorções.

Os governos insistem que sabem melhor do que toda a sua população o que é que é melhor para todos os cidadãos.

As políticas monetárias juntamente com os incentivos e desincentivos apropriados criam os ciclos económicos, em que as bolhas especulativas acabam por sempre por implodir.

O vídeo referido abaixo é uma excelente exposição de Peter Schiff no Von Mises Institute sobre as razões da actual crise financeira e porque é que as políticas económicas do presidente Barack Obama apenas vão servir para prolongar e aprofundar a crise.

Link para o vídeo (em inglês, com 1:16h de duração) : http://blog.mises.org/archives/009620.asp

Peter Schiff é um dos seguidores das teorias da escola austríaca e foi uma das pessoas que previu a crise actual com uma excelente precisão.

terça-feira, 17 de março de 2009

O Grande Mito De Que Vivemos Num Mundo Capitalista

Os governos e os media anunciam alto e bom som que a crise actual prova o fracasso do capitalismo. Eles assumem que temos vivido num ambiente de mercado livre. Tal não poderia estar mais longe da verdade.

Todos os governos dos países ditos desenvolvidos assumem um estado inflaccionário, expansionário, regulador e altamente intervencionista. A começar pelos bancos centrais, que têm o poder- para sustentarem as práticas inflaccionários e expansionários dos governos - de fixar as taxas de juro e de criar moeda a partir do nada.

Num ambiente de verdadeiro capitalismo, onde a liberdade individual é realmente protegida, o estado não teria a capacidade de fixar as taxas de juro ou de criar moeda a partir do ar, o estado reduziria a sua despesa, reduziria as suas àreas de intervenção e reduziria os impostos. Num verdadeiro ambiente de capitalismo e liberdade, a regulação seria diminuida, os subsídios e incentivos que favorecem pequenos grupos de interesse seriam eliminados, acabar-se-iam com medidas proteccionistas e com o salvamento de empresas ineficientes ou mal geridas.

O verdadeiro fracasso desta crise não resulta do capitalismo, mas sim do intervencionismo e de políticas governamentais erradas. Pior, todas as soluções que são apresentadas para resolver a crise apontam para mais intervencionsimo, mais despesismo e mais regulação!

Se a história nos ensina alguma coisa é de que nós não aprendemos nada com ela e estamos condenados a repeti-la vezes sem conta.

Existe um livro escrito por um congressista Norte Americano, Ron Paul, que recomendo vivamente: 'Pillars Of Prosperity'. Este livro fala de como o governo dos Estados Unidos se tem sistematicamente desviado e até violado a constituição americana em detrimento da liberdade dos seus cidadãos. Curiosamente, é nos Estados Unidos, bandeira do capitalismo, onde existe menos liberdade individual, e onde os direitos humanos e dos cidadãos são ultrapassados em nome da Segurança e Interesse Nacional. A dívida do Estados Unidos encontra-se perto dos 11 triliões de dólares. Em termos de políticas económicas, Barack Obama tem seguido as políticas de George W. Bush, mas num grau maior, pelo que os efeitos a médio, longo prazo serão piores do que a crise actual.

domingo, 15 de março de 2009

Dinheiro Criado A Partir De Dívida

Apesar da sua importância, o significado e a forma de criação do dinheiro é pouco explicada e debatida. Para uma explicação histórica e mais detalhada recomendo o capítulo 5 - Money Changes Everything - do livro 'Economics For Real People' de Gene Callahan.

Na maior parte dos países desenvolvidos existe um sistema monetário constituído por um banco central e uma série de bancos comerciais que operam sobre um sistema de reservas fraccionais (em inglês Factional-Reserve Banking). Isto quer dizer que um banco apenas precisa de reter uma parte (fracção) mínima de depósitos determinada pelo banco central. Por exemplo, um banco com 1.000 euros em depósitos, se a reserva mínima for 10%, pode emprestar 900 desses euros. Estes 900 euros por sua vez podem ser depositados noutra instituição bancária, que pode voltar a emprestar dinheiro, desta vez 810 euros, retendo 10% (90 euros). Estes 810 euros podem por sua vez ser depositados noutra instituição bancária, e assim sucessivamente...

Isto é, os 1.000 euros depositados inicialmente, podem dar origem a 9.000 euros.
Neste caso, criam-se pelos bancos comerciais 9 vezes o montante em depósitos inicial!

De notar, que este processo só é possível com a concessão de crédito por parte da instituição bancária, e pelo endividamento por parte de quem faz o empréstimo. Crédito e dívida é a mesma coisa, apenas vista de perspectivas diferentes. Por isso, quando os governos e nomeadamente o Barack Obama dizem que a saída da crise é feita através do crédito, estão a dizer que saída da crise é feita por via dívida.

Pode-se colocar a questão, de onde são provenientes os 1.000 euros iniciais. A resposta, é também supreendente. Estes 1.000 euros são emitidos pelos governos sobre a forma de títulos de tesouro, que correspondem a dívida do estado com pagamento de juros!!!

Este sistema de criação de dinheiro tem várias ramificações. Eu próprio não estava consciente delas até ver recentemente o vídeo 'Money As Debt' que recomendo vivamente. Essencialmente, este sistema é insustentável, e só pode ser suportado por um crescimento progressivo da dívida e um crescimento exponencial do crescimento económico. Este é um vídeo que eu recomendo vivamente.

A propósito deste tema, recomendo também os seguintes capítulos do muito interessante 'Crash Course' do Chris Martenson:

sexta-feira, 13 de março de 2009

Despesa Pública Perto de 50% do PIB

A despesa pública total encontra-se em valores recorde, tanto em valor absoluto como em valor relativo (em percentagem do PIB) [1][2][3].

A despesa pública representa o peso do estado, que tem revelado uma tendência crescente ao longo do tempo (ver 'Parkinson Law'). Em 1973, a despesa pública total correspondia a 19,9% e em 2008 correspondia a 47,8% [1][4]! Em 2009, com o decréscimo esperado do PIB e o aumento dos encargos sociais e investimento públicos, o valor é bem capaz de exceder os 50%.

Gostaria de citar o texto Miguel Lebre de Freitas [5] que resume bem o problema da despesa pública: "É sabido que em Portugal há grandes desperdícios na utilização dos recursos públicos. Nomeadamente, devido ao excesso de burocracia e a sistemas de incentivos perversos, que resultam em despesas sem retorno e em baixa produtividade."

De salientar ainda, que toda a despesa pública é financiada pelos contribuintes. E aproximando-se de 50% do PIB isto significa que é equivalente a meio ano de toda a riqueza produzida no país.

É possível observar a constituição da despesa pública em 2007 na figura abaixo [3]. Os maiores factores que contribuiem para a despesa pública são os benefícios sociais (42%) e as despesas com pessoal (28%).


Referências:
[1] Orçamento do Estado para 2008
[2] Orçamento do Estado para 2009
[3] Eurostat - Government Finance Statistics
[4] O Melhor Governo É O Que Menos Governa, Diário de Notícias, 19-Julho-2005
[5] O Monstro, Miguel Lebre de Freitas, Semanário Económico, 14-Maio-2004

segunda-feira, 9 de março de 2009

Transparência Na Administração Pública

Muito bom! Existe um site, Transparência Na Administração Pública, que disponibiliza online uma base de dados sobre as adjudicações directas (sem concurso público) da administração central, regional e local.

Este site é alimentado automaticamente a partir de um site oficial do governo - Base: Contratos Públicos Online que é uma iniciativa louvável. O site permite pesquisas online e publica também uma série de dados estatísticos (ver imagens abaixo, retiradas em 09-Março-2009). Recomenda-se ao cidadão que dê uma vista de olhos.

Indicadores Gerais


Top 10 Das Entidades Adjudicadas


sexta-feira, 6 de março de 2009

Banco Central Europeu Baixa Taxas de Juro

O Banco Central Europeu anunciou ontém (05 de Março de 2009) a descida da taxas de juro para 1,5%. Isto é bom ou mau?

Aparentemente esta notícia é boa, mas já dizia o livro 'Economics In One Lesson' de Henry Hazlitt que a verdadeira ciência e sabedoria da Economia consiste em não só perceber os efeitos a curto prazo de uma medida num grupo pequeno da população, mas sim em entender os efeitos a longo prazo para toda a população.

De uma forma geral é aceite que a crise económica e financeira actual foi causada pelo crédito barato, que desencadeou todo o género de excessos (endividamento, alavancagem, riscos) e que levou à criação e rebentamento da bolha imobiliária norte americana. Se na realidade, essa é a origem do problema, vai-se agora tentar resolver o mesmo problema com uma dose maior da causa!

À luz da teoria da Escola Austríaca estamos a viver um período de "price discovery" que é dominado pela incerteza, incerteza essa que leva à estagnação da economia. Para os preços se ajustarem aos seus valores reais é preciso deixar que a recessão siga o seu curso normal. Uma vez os preços ajustados, os agentes económicos poderão tomar decisões baseados em informações precisas.

O dinheiro é ele próprio um bem sujeito à lei da oferta e procura. O preço do dinheiro é determinado pela taxa de juro. O governo ao interferir na fixação da taxa de juro e na quantidade de moeda em circulação distorce completamente o mercado.

Esta medida - popular bem certo, que é tão do agrado dos governos - aparentemente beneficia as empresas e indivíduos (que têm crédito mais barato).

Vejamos no entanto a verdadeira profundidade e extensão desta medida:
  • O endividamento será estimulado e a poupança desencorajada devido à taxa de juro artificalmente baixa. A poupança representa riqueza que foi gerada, mas cujo troca (consumo) foi adiada para o futuro em troca de uma remuneração (taxa de juro). São as poupanças que são aplicadas em "capital goods" que servem para aumentar a capacidade de produção no futuro.
  • Serão feitos maus investimentos e os bons serão prejudicados. Há projectos que só são viáveis devido às taxas de juro artificialmente baixas. Empréstimos e projectos que hoje seriam viáveis (por exemplo: compra de casa), havendo um aumento da taxa de juro mais tarde deixarão de o ser. Estes maus investimentos irão competir por recursos (que são limitados e escassos) com os bons investimentos. Isto leva a que os bons investimentos tenham de dispender mais capital para assegurar os recursos que precisam, e entretanto, há recursos mal aplicados em maus investimentos.
  • A inflacção irá aumentar. Uma vez que se pode fixar o preço ou a quantidade de dinheiro mas não as duas, o banco central europeu terá que injectar quantidades maciças de dinheiro para suportar a taxa de juro tão baixa, o que irá causar um aumento da inflacção. Esta medida retira valor a todas as pessoas que têm bens e serviços (por exemplo: contas bancárias e salários) cotados em euros, que ficam efectivamente mais pobres.
Veja-se o caso do Japão, que está em recessão/"stagflation" desde 1989 e que tem taxas de juro virtualmente zero há mais de uma década. As taxas de juro zero não serviram para ajudar o Japão. Porque é que se acredita que vão servir para ajudar os Estados Unidos e a Europa?

Qual é a solução?

De acordo com a Escola Austríaca:
  1. Deve se permitir à recessão seguir o seu curso normal e os preços ajustarem. Os governos com as suas intervenções sucessivas só vão conseguir tornar o problema mais longo, mais profundo, e empobrecer os seus cidadãos no processo.
  2. Os governos não devem ter o poder de influenciar quer a taxa de juro, quer a quantidade de moeda em circulação. A taxa de juro deve fluir livremente de acordo com as leis da oferta e procura, entre os depositantes, instituições de crédito e credores.
  3. As moedas devem deixar de ser "dinheiro de faz-de-conta" e devem ter uma equivalência directa em ouro ou prata. As notas em circulação apenas têm valor porque os governos assim o legislam. Hoje em dia nada impede os governos (através dos bancos centrais) de emitirem tanta moeda quanto o desejarem - basta ligar a impressora!

quinta-feira, 5 de março de 2009

Genial - O Dia Da Libertação Dos Impostos!

Podem marcar no vosso calendário o dia 19 de Maio como o dia em que os trabalhadores deixam de trabalhar para o estado e começam a trabalhar para si próprios.[1]

Todos os anos, a Universidade Nova de Lisboa publica um relatório que essencialmente indica o número médio de dias que um português trabalha para financiar o estado. Em 2008, esse número era de 139 dias (mais um dia que em 2007) e significa que até 19 de Maio o trabalho servia exclusivamente para pagar impostos, e o restante do ano era efectivamente rendimento para o trabalhador [1].



Não consegui obter a data para este ano (2009), mas assumo que seja a mesma data do ano passado, embora o mais provável, é que dada a tendência crescente, essa data seja posterior.

O relatório contém também um gráfico interessante em que compara o número de dias que é preciso trabalhar nos vários países para fazer face aos encargos fiscais. Curiosamente, Portugal até e dos países em que o número de dias é menor.



O relatório [1] contém ainda gráficos que desdobram o número de dias trabalhados de acordo com o tipo de imposto. Aconselho vivamente a sua leitura!

Referências:
[1] Dia Da Libertação Dos Impostos 2008 da Universidade Nova de Lisboa

quarta-feira, 4 de março de 2009

Estado Emprega 900 Mil Pessoas

Segundo o semanário Expresso de 14 de Fevereiro de 2009, "entre Administração Central, autarquias, regiões autónomas e empresas tuteladas, são cerca de 900 mil pessoas que trabalham na esfera pública" [1].

Em Portugal existem cerca de 10.631.100 habitantes das quais 5.613.900 são população activa, o que corresponde a cerca de metade (~53%) [2]. Dentro da população activa, os funcionários do estado equivalem a cerca de 17%, que é o mesmo que dizer que 1 em 6 pessoas dos portugueses que trabalham está a trabalhar para o estado.


Convém referir que estado não cria riqueza, apenas potencia a criação dela! O Estado também não tem nenhum incentivo para ser eficiente, uma vez que os cidadãos sempre pagarão a "conta" ao contrário de uma empresa que se tem de esforçar para se manter competitiva. A lei de Parkinson dita que as estruturas organizacionais tenderão sempre para aumentar na vertical e na horizontal porque: 1. Todas as pessoas querem aumentar o seu poder e influência, através do controlo de um maior número de pessoas e de orçamento e 2. As pessoas criam trabalho umas para as outras.

É importante salientar que todo o financiamento do estado vem exclusivamente dos contribuintes.

Um facto positivo que deve ser mencionado foi o anúncio do actual governo em ter reduzido o número de funcionários em 52 mil desde que tomou posse em 2005 [4]. Tal redução não se parece traduzir no entanto numa redução das despesas com pessoal que revela uma tendência crescente ao longo do tempo como se pode verificar na seguinte figura com dados obtidos a partir do Banco de Portugal [3].


Referências:
[1] Primeira página de Economia do Semanário Expresso de 14 de Fevereiro de 2009
[2] Boletim Estatístico do Banco de Portugal (secção H)
[3] Boletim Estatístico do Banco de Portugal (secção E)
[4] IOL Diário - Governo reduz 52 mil funcionários públicos

segunda-feira, 2 de março de 2009

Dívida Directa Do Estado Atinge Valor Recorde

A dívida directa do estado português cresceu de 63% do PIB em 2004 para 72% do PIB em 2008.

Segundo dados oficiais do Banco de Portugal [1], [2] a dívida directa do Estado (em moeda da zona euro e fora da zona euro) no final de 2008 era de 118.890 milhões de euros, o que dá aproximadamente 11.183 euros a cada habitante e representa cerca de 72% do PIB.

Seguramente que com as medidas de combate à crise, juntamente com as grandes obras anunciadas do comboio de alta velocidade (TGV) estimado em 7.100 milhões de euros [3] e do novo aeroporto de Lisboa estimado em 3.100 milhões de euros [4] a dívida irá agravar-se significativamente.

Esta dívida, além de reprensentar encargos financeiros que terão de ser pagos com parte da receita fiscal, representa ainda um passivo que terá que ser liquidado por governos e gerações futuras.

Numa altura em que se fala de rigor e equilíbrio orçamental para indivíduos e empresas, o estado dá um péssimo exemplo em prejuízo dos seus cidadãos. De salientar ainda a tendência crescente dos governos, independentemente do seu partido e ideologia, de aumentar constantemente a dívida.

Sigam por favor estes links para terem acesso a informação mais detalhada e também a a outras opiniões :
Referências:
[1] Boletim Estatístico do Banco de Portugal (secção E)
[2] Boletim Estatístico do Banco de Portugal (secção H)
[3] Diário de Notícias - Aeroporto No Sul Poupa 3 Mil Milhões
[4] Sindefer - TGV Estudo da CIP dispara custos em 1700 milhões

Como Os Governos Se Financiam

Os governos gostam de anunciar com pompa e circunstância todo o género de novos programas, incentivos, subsídios e obras públicas. Obviamente que tudo isto seria positivo se pudesse ser feito sem prejuízo dos cidadãos, especialmente dos contribuintes. É preciso ter a noção clara que cada euro que é gasto pelo Governo é um euro que é retirado aos seus cidadãos. A situação é tão mais grave pelo facto do governo ser por definição uma instituição que não gera riqueza e sem preocupações de eficiência uma vez que se trata apenas de um "centro de custo" pago pelos contribuintes.

Resumidamente, os governos têm apenas três maneiras de se financiarem:

  1. Impostos - directos e indirectos, tais como IRS, IRC, IVA, IA, Imposto Sobre Combustíveis, etc. Aqui trata-se claramente de retirar (de uma forma politicamente mais correcta - colectar) riqueza que foi produzida por indivíduos ou empresas com o seu trabalho, esforço e risco.
  2. Dívida Pública - essencialmente uma forma do governo dizer que se financia através de impostos futuros, criando um passivo que terá que ser liquidado por governos e gerações futuras. Além disso, o governo passa a assumir um encargo financeiro sobre a forma de juros.
  3. Emissão de Moeda - agora com o banco central europeu será mais difícil, mas no entanto é possível que seja feito centralmente. A emissão de moeda por si não gera riqueza nenhuma - zero! O que a emissão de moeda faz é desvalorizar o dinheiro existente sobre todas as suas formas (contas bancárias, salários, ...) e reflecte-se na forma de um aumento do índice de preços. Esta é aforma mais invisível e subversiva dos governos se financiarem através do empobrecimento da população em geral, mas sem ter que recorrer às medidas impopulares de aumento de impostos.
Em suma, os governos apenas se conseguem financiar através do desvido de parte da riqueza produzida pelos seus cidadãos.

Dada a carga fiscal actual, hoje em dia, um português médio trabalha 4 a 6 meses por ano apenas para financiar o Governo.

Blogs Importantes

Os dois blogs abaixo seguem a mesma linha de pensamento deste blog.

  • Ludwig Von Mises Institute - um blog sério, formal e científico do Instituto Von Mises nos Estados Unidos. Este instituto foi fundado pela viúva de Ludwig Von Mises, um dos grandes pensadores da Teoria Económica da Escola Austríaca.
  • The Daily Reckoning - um blog mais informal e mais divertido. É extremamente crítico e mordaz em relação ao governo dos Estados Unidos e ao Fed, mas contém imensas pérolas de sabedoria.

Leitura Recomendada

Os seguintes livros são altamente recomendados para perceber o espírito e a natureza deste blog. Estes livros assentam sobre a teoria económica da Escola Austríaca fundada por Carl Menger em 1870 e fornecem uma nova visão sobre a economia e sobre as ramificações dos impactos das políticas governamentais. Estranhamente, nas escolas e universidades, as ideias de Keynes são apresentadas como um dogma, e nem sequer se faz referência a teorias alternativas. Os livros abaixo, além de leitura muito interessante, têm um retorno várias vezes superior ao tempo investido na sua leitura. Infelizmente, não sei se estes livros estão disponíveis em versão portuguesa.

  1. Economics in One Lesson de Henry Hazlitt (link para a Amazon) - simplesmente o melhor livro sobre Economia de sempre, que fala sobre os efeitos visíveis e invisíveis das políticas económicas, e ensina a ver além do efeito imediato num grupo pequeno da população para observar o efeito a longo prazo em toda a população
  2. Economics for Real People de Gene Callahan (link para a Amazon) - este livro está muito bem escrito, é muito divertido e muito aliciante, e explica todos os conceitos básicos de economia à luz da Teoria da Escola Austríaca.
  3. Meltdown: A Free-Market Look at Why the Stock Market Collapsed, the Economy Tanked, and Government Bailouts Will Make Things Worse de Thomas Woods (link para a Amazon) - simplesmente o melhor livro que explica como é que surgiu a crise actual, qual é de facto o problema da crise actual, porque razão as medidas tomadas pelos governos apenas servem para prolongar e aprofundar a crise, e qual a solução para sair da crise.