A falácia Keynesiana de que em tempos de crise os governos devem aumentar o investimento público prende-se com ver apenas o visível e os efeitos a curto prazo num grupo pequeno, ignorando o invisível e os efeitos a longo prazo em toda a população - como dizia o Harry Hazlitt.
Os investimentos públicos resultam em obras visíveis: uma ponte, uma auto-estrada, um aeroporto... e criam-se empregos visíveis para a sua construção. O que não se vê, são todos os outros investimentos que deixam de ser feitos, e todos os empregos que não são criados, porque o dinheiro é desviado de uma forma forçada para investimentos de rentabilidade e utilidade questionável.
Há que salientar que o nome 'investimento público' é mal aplicado, uma vez que todo o seu financiamento vem de rendimentos retirados (ou usando o termo mais politicamente correcto - colectados) aos cidadãos privados.
As razões contra os investimentos públicos são então as seguintes:
- Em primeiro lugar, o dinheiro não pode ser criado a partir do nada! Os governos apenas se podem financiar por 1) criação de dívida pública, que terá que ser paga mais tarde ou mais cedo e com juros pelos cidadãos existentes ou futuros; 2) emitindo mais moeda, que na prática reduz a riqueza de todos os cidadães através da desvalorização do dinheiro - esta é a forma mais subversiva de taxação; 3) impostos, que é uma forma de se apoderar de uma parte do rendimento legítimo gerado por cidadãos e empresas através do seu trabalho, risco e empreendedorismo.
- Os governos nunca têm maneira de te validar e testar a utilidade e rentabilidade do investimento. Até podem construir pirâmides no deserto alegando que aumenta o turismo. Estudos existem para todos os gostos e feitios, e podem facilmente ser encomendados, dado o conflito de interesses entre quem contrata os estudos, e quem os providencia. Quando os investimentos são feitos pelo sector privado, estes têm a maior das preocupações em que o investimento faça sentido e seja rentável. O mercado, e o seu profit & loss, será o último teste de validação da utilidade e rentabilidade do investimento.
- Existem pressões constantes de pequenos grupos de interesse (os lobbies) de natureza económica, política, regional e local que lutam por uma 'fatia do bolo'. Os governos são constituídos por pessoas, que sendo seres humanos, são sensíveis e cedem a este género de pressões, sob a ameaça de serem marginalizados ou perderem capital político (já para não falar quando existem interesses financeiros ou trocas de favores envolvidos).
- Ao forçar a alocação de recursos humanos, equipamento, capital, terrenos, etc., estes deixam de estar disponíveis para outros projectos, que se liderados pela iniciativa privada, seriam geridos com o maior cuidado e maior preocupação de eficiência.
A Lei de Parkinson dita que ao longo do tempo, os governos tenderão a gastar sempre mais e mais. Ao mesmo tempo serão precisas mais pessoas para gerir e fiscalizar os concursos e investimentos públicos.
E que tal, se em vez de se retirar dinheiro aos cidadãos e investi-lo em obras sobre as quais os cidadãos não têm voto, deixar que o dinheiro fique nas mãos dos cidadãos e que estes decidam a melhor forma de aplicar os seus rendimentos?
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