
Na maior parte dos países desenvolvidos existe um sistema monetário constituído por um banco central e uma série de bancos comerciais que operam sobre um sistema de reservas fraccionais (em inglês Factional-Reserve Banking). Isto quer dizer que um banco apenas precisa de reter uma parte (fracção) mínima de depósitos determinada pelo banco central. Por exemplo, um banco com 1.000 euros em depósitos, se a reserva mínima for 10%, pode emprestar 900 desses euros. Estes 900 euros por sua vez podem ser depositados noutra instituição bancária, que pode voltar a emprestar dinheiro, desta vez 810 euros, retendo 10% (90 euros). Estes 810 euros podem por sua vez ser depositados noutra instituição bancária, e assim sucessivamente...
Isto é, os 1.000 euros depositados inicialmente, podem dar origem a 9.000 euros. Neste caso, criam-se pelos bancos comerciais 9 vezes o montante em depósitos inicial!
De notar, que este processo só é possível com a concessão de crédito por parte da instituição bancária, e pelo endividamento por parte de quem faz o empréstimo. Crédito e dívida é a mesma coisa, apenas vista de perspectivas diferentes. Por isso, quando os governos e nomeadamente o Barack Obama dizem que a saída da crise é feita através do crédito, estão a dizer que saída da crise é feita por via dívida.
Pode-se colocar a questão, de onde são provenientes os 1.000 euros iniciais. A resposta, é também supreendente. Estes 1.000 euros são emitidos pelos governos sobre a forma de títulos de tesouro, que correspondem a dívida do estado com pagamento de juros!!!
A propósito deste tema, recomendo também os seguintes capítulos do muito interessante 'Crash Course' do Chris Martenson: